Milhares de fotos foram tiradas para servir referência de clima e textura, a moda e roupas locais foram escaneadas e um número diverso de paulistanos de todos os estilos ? desde cantores de bossa nova a campeões de jiu-jistu e membros de gangues de favela ? foram consultados e entrevistados para explicar em detalhes o mundo fascinante e perigoso no qual o game se ambienta.
Um esforço nobre, sem dúvida. E tudo bonito, com a exceção de que os "tipos" mencionados pela Rockstar são, pelo menos para os paulistas, estereótipos de carioca: cantor de bossa-nova, lutador de jiu-jitsu e líder de gangue em favela. Não que eles não existam em São Paulo, mas a Rockstar já tem dado algumas tropeçadas no quesito "localização": a internet já reclamou quando um funk carioca começou a tocar em um dos trailers do jogo.
O que nos leva a outra parte do estudo da empresa: os filmes. O blog oficial diz que a "Unidade de Forças Especiais", tropa policial fictícia do jogo, é "muito similar" às equipes mostradas em filmes como Favela Rising, Ônibus 174, Tropa de Elite, Tropa de Elite 2 e Carandiru ? filmes em que o cenário é o Rio de Janeiro, com exceção de Carandiru.
É preciosismo (ou até bobagem) se incomodar com esse tipo de coisa? Uma pesquisa extensa, mas que poderia ser mais fiel? Talvez. Para nós, que vivemos no Brasil, a diferença entre Rio de Janeiro e São Paulo é clara, e isso provavelmente não é tão óbvio para quem vê (e vem) de fora. São elementos sutis, mas que ajudam a definir cada cidade.
Talvez isso nem importe tanto para a Rockstar. A rigor, eles estão fazendo o jogo para o mundo, não para os brasileiros, e ninguém no Canadá ou em Londres vai notar se os pedestres de Max Payne 3 usarem um "sinistro" em vez de "meu" enquanto andam por aí.
Max Payne 3 e sua São Paulo chegam em março para PC, PS3 e 360.
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